Moderação:
Helena Vasconcelos.
Data: 19 de Janeiro,
pelas 18h30 (ver mais abaixo).
Local: Culturgest –
Sala 1.
Entrada:
Inscrições até 13 de janeiro (limite 40 pessoas) na bilheteira da
Culturgest.
Com a “crise europeia” na ordem do dia, torna-se imperioso repensar a herança que nos coube do século XX, com os seus ciclos de destruição e renovação. Filósofos, escritores e artistas, em todas as áreas da Cultura, viveram intensamente a turbulência desses tempos de perigo, destruição, exaltação e cosmopolitismo e criaram obras perenes que se tornaram marcos de resistência à barbárie. Entre esses intelectuais que se destacaram, tanto pela obra como pela forma como viveram, está Thomas Mann, o alemão oriundo de uma antiga família hanseática que acabou os seus dias na Suíça, aos oitenta anos. Em 1901 Mann publicou Os Buddenbrook, uma saga com fortes traços autobiográficos, para a qual se socorreu das memórias e relatos da sua própria família e da sociedade, na sua cidade natal, Lübeck. Mann, intimamente ligado à cultura germânica, profundamente influenciado pelo humanismo de Goethe, pelo pensamento de Nietzsche e pelo lirismo de Heine e Schiller, foi também um homem do mundo, fruto do exílio e, também, das raízes familiares – a mãe de Thomas, Júlia da Silva Bruhns era brasileira filha de portugueses. Mann, o “escritor mestiço”, casado com uma judia, abandonou a Pátria ao dar-se conta do avanço nazi e da falência de uma Alemanha que renegava a sua própria herança cultural. A sua vasta obra é a prova cabal da sua resistência intelectual e da busca incessante pelo significado da existência. As suas ideias sobre a arte, o artista e o seu papel no mundo (Morte em Veneza, Doutor Fausto), o inferno da pulsão erótica, o conflito entre vida e morte, (Tristão e outros Contos), o absurdo existencial, bem como uma ironia caustica que atravessa obras como A Montanha Mágica (uma meditação profunda sobre a experiência espiritual e mental do ser humano) e Félix Krull, fazem dele um escritor total, um homem lúcido e genial que não se eximiu de explorar as suas próprias ambiguidades e fraquezas e de questionar a nossa matriz clássica europeia comum.Thomas Mann ganhou o Prémio Nobel em 1929. Foi um dos poucos intelectuais alemães que nunca se enganou em relação a Hitler.19 de janeiroOs BuddenbrookEd. Dom Quixote2 de fevereiroTristão e Outros ContosEd. Ulisseia23 de fevereiroA Montanha MágicaEd. Dom Quixote8 de marçoMorte em VenezaEd. Relógio D’Água22 de marçoAs Confissões de Félix Krull – Cavalheiro de IndústriaEd. Relógio D’Água12 de abrilDoutor FaustoEd. Dom Quixote
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